Palácio da Bolsa - um centro vibrante de eventos culturais, sociais e políticos
12 de setembro de 2024
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O Palácio da Bolsa, no Porto, uma obra-prima do neoclássico, começou a ser construído em 1842 com contribuições de arquitectos de renome.
O Palácio da Associação Comercial do Porto, vulgarmente designado por Palácio da Bolsa, é um deslumbrante edifício neoclássico localizado no Porto, perto de pontos de referência como a Ribeira, o Mercado Ferreira Borges e a Casa do Infante. A sua construção iniciou-se a 6 de outubro de 1842, data em que foi lançada a primeira pedra. Esta importante efeméride surgiu na sequência do encerramento da Casa da Bolsa do Comércio, que obrigou os comerciantes portugueses a efectuarem os seus negócios ao ar livre.
O projeto arquitetónico do Palácio da Bolsa é atribuído principalmente a Joaquim da Costa Lima, embora vários outros arquitectos de renome tenham contribuído significativamente para o edifício ao longo dos anos. Entre eles, destacam-se Gustavo Adolfo Gonçalves de Sousa, Tomás Augusto Soller, José Macedo de Araújo Júnior, Joel da Silva Pereira e José Marques da Silva. Os seus esforços colectivos transformaram o Palácio da Bolsa numa obra-prima da arquitetura, que é um testemunho do seu legado rico e duradouro.

O Salão Árabe, uma sala opulenta do século XIX, está decorado com inscrições árabes douradas que embelezam as paredes e o teto.
Atualmente, o palácio funciona como um centro vibrante de eventos culturais, sociais e políticos. Uma das suas caraterísticas mais famosas é o Salão Árabe, uma sala luxuosa do século XIX, adornada com letras árabes douradas nas paredes e no teto, onde se realizam as homenagens aos chefes de Estado visitantes. Outro ponto de destaque é a Sala dos Retratos, que alberga uma magnífica mesa da autoria do talentoso artesão Zeferino José Pinto. Esta peça de exceção, que demorou três anos a ser concluída, foi aclamada em várias exposições internacionais, afirmando-se como um exemplo de arte e artesanato.

A Sala dos Retratos alberga uma magnífica mesa de Zeferino José Pinto e retratos dos últimos reis e rainhas portugueses.
As origens do palácio remontam à noite de 24 de julho de 1832, durante o cerco do Porto, quando um incêndio de grandes proporções deflagrou no Convento de S. Francisco, deixando apenas de pé a atual igreja. Em 15 de outubro de 1834, foi concedida autorização régia à Junta Comercial do Porto para utilizar as ruínas do convento para instalar o Tribunal do Comércio e a Associação Comercial. Em 6 de outubro de 1842, sob a presidência de José Henriques Soares, Barão de Ancede, a Associação Comercial do Porto lançou a primeira pedra do Palácio da Bolsa. Em 4 de novembro de 1850, o primeiro andar e a fachada principal do edifício estavam concluídos.
As obras de decoração interior do Palácio da Bolsa duraram cerca de 50 anos, de 1860 a 1909. Curiosamente, este período de desenvolvimento interior coincidiu com a construção do antigo Palácio de Cristal, atualmente conhecido como Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota.
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A Sala do Tribunal está decorada com magníficas pinturas de Veloso Salgado.